Penhoras e Dívidas 2018
Portugal tem evoluído em algumas situações específicas mas a passo muito lento.
A nível de finanças pessoais dos Portugueses para 2018, não espero grandes mudanças em relação ao ano passado.
O desemprego continua com números nada satisfatórios e o emprego precário continua a existir em demasia para um País que quer dar a volta na crise e olhar para um futuro melhor.
Apesar do aumento de 23 euros no ordenado mínimo em 2018, muitos Portugueses continuam endividados e com penhoras nos seus vencimentos, devido a precariedade nos seus trabalhos e custo de vida MUITO elevado que existe no nosso País.
As rendas das casas em Portugal são excessivamente altas.
No arrendamento em zonas das grandes cidades um mero T1 ou T2 pode custar entre 450€ a 1000€ o que é ridículo num País onde o ordenado mínimo é pouco mais de 500€.
Se a isto formos juntar gás, água e luz que é somente das mais caras na Europa, um casal que tenha um ordenado médio cada um, só um dos vencimentos é para pagar as despesas da casa e mesmo assim pode não chegar um só vencimento!
A juntar a isto é preciso comer, deslocar e muito mais e claro está que ficar com 300/400 euros para isto tudo não é certamente uma boa qualidade de vida, e é isto meus caros leitores o motivo para que milhares de Portugueses estejam endividados e continuam a estar.
É também por isto que muitos recorreram à insolvência pessoal para se saírem desta situação, porque de outra forma é impensável!
Admiro quando nas notícias falam em poupança e “dificuldades financeiras para gerir tudo” , e vão entrevistar um casal onde cada um ganha mais de mil euros por mês… claro que cada um ganha o que ganha e quanto mais melhor, a minha questão prende-se com o fato de não se mostrar a realidade e nos milhares e milhares que só recebem subsídios ou pouco mais do que o ordenado mínimo e têm que pagar a casa, contas, criar filhos e tudo mais, isto sim é que é grandes cálculos de matemática todos os meses e verdadeiras lições de gestão de finanças pessoais.
Portugal muda por favor
Eu pessoalmente acredito que só existirá um mudança profunda no nosso País quando os ordenados forem compatíveis com o custo de vida, logo menos do que 800/900 euros de ordenado mínimo deveria ser logo posto de parte.
Das duas uma ou o custo de vida baixa em todas as vertentes, ou os rendimentos das famílias têm de aumentar, é um cálculo fácil de perceber e de o fazer.
Existe muita polémica quando aos valores do ordenado mínimo e se fosse então para os 800/900 euros era o fim do Mundo para os governantes e patrões, contudo se as famílias recebessem mais, gastariam também mais e endividavam-se menos, logo todos ganhariam, O ” Manel ” se ganha-se mais, comprava mais produtos na mercearia do ” Joaquim “, logo este não fechava portas devido a não ter clientes porque todos fogem para as grandes superfícies onde abateram toda a concorrência devido aos preços que praticam com concorrência desleal.
Era o chamado efeito positivo em todas as áreas, em todas as famílias, em todos os negócios…
Ver os exemplos…
Países como Suiça, Bélgica entre muitos outros a qualidade de vida é melhor porque os vencimentos são compatíveis com o custo de vida, caso contrário o que acontece é um desequilibro muito difícil de contornar que é o endividamento e pobreza, porque se tudo é caro mas os rendimentos são baixos, as pessoas para terem uma qualidade de vida um pouco melhor, têm que se endividar e claro está que nunca é boa ideia contrair empréstimos quando temos de ordenado 550 ou 600 euros, porque a taxa de esforço é elevada certamente.
Solução? O salário mínimo deveria ser 800/900 euros…
Alguns salários mínimos noutros países:
- Luxemburgo – 1 998,59 €
- Holanda – 1 578,00 €
- França – 1 498,47 €
- Reino Unido – 1 400,99 €
- Espanha – 858,55 €